sábado, dezembro 25, 2004

pop & (new)fashion em revista - 1

Enquanto subo a escada, observo o cartão de consumo...
Fico-me pelo primeiro andar, olhando à volta, casa pequena, no bar as pessoas simpáticas atendem meu pedido com um sorriso. Vou ate à janela e vejo a entrada cheia de juventude ansiosa para entrar, outros por falar com alguém, a observar... A música já toca, um house meio para o manhoso, levando-me novamente a pensar que tambem a pop & new Setúbal deve ter dificuldade em encontrar música de jeito... (mas gostos são gostos). Vou chamar a esta casa de "a escada da juventude", onde vejo muitas caras sorridentes e jovens... levando-me a pensar se não haverá idade mínima para sair à noite... ou até mesmo para estar presente nestas casas... Mas sigo em frente... Começo a subir novo lance de escadas, degrau a degrau, umas descem atrás deles, outros sobem atrás delas... uma alegria. Por momentos dou por mim quase como que a rever meus tempos de estudante... Último piso: um "palco", uma cabine, um bar e uma janela com uma vista fantástica... Apesar de o tempo exterior ser frio, via as pessoas suadas levando-me a pensar: "serão estes os efeitos de quem dança a música da moda? ou será pelo sítio ser minúsculo e estar apinhado de jovens?" Cheguei à conclusão que seria a 2ª, se bem que tentei dançar um "Del Gado - coffee beats" ou um "Afrikali - out of the jungle" que por lá passava e suei... Fiquei confuso.
Tive de sair dali, o espectáculo da coreografia havera começado... e não havia muito espaço para quem não sabia o passo.
Enquanto esperava a sessão terminar, via as pessoas... "O mauzão, o pseudo beto, o bonito da escola, a jovem mulher, a feia da escola, a boazuda da escola,..." havia de tudo... variedade...
É entao que tudo começa aos gritos... cantando "Na Na Na Na Na Na Na Na Yé..." Era a chamada LÓCURA, como muitos dizem por lá... Decidi sair, não era sítio para mim, sentia-me incomodado ali... Nem a música me puxava a ficar. Para não falar do calor tremendo que se sentia... Descendo a escada dizia para mim mesmo: "NA NA NA NA NA DIGO EU, DASSSSSSSSS".
Paguei o cartão, desci novas escadas,... e "Boa Noite, Obrigado".

Jacque Nylv nu Kopus Club, Setúbal


PS: Das poucas casas em Setúbal que nunca teve medo da palavra House.

PS2: Acedendo ao site... Abertos a 24/12?! Abertos a 25/12?! Mas alguém sai à noite nesses dias? Devo ser muito clássico, ao ponto de achar isso estranho... Ainda para mais vindo de uma casa que o cliente-alvo é jovem, bastante jovem até pelo que verifiquei... O que em parte acho bem haver casas destinadas a pessoal mais jovem, que também têm direito a se divertir... Mas diversao não é sinal de excessos, pois muitas vezes esses excessos pagam-se caro, como foi o caso da menor que ao consumir bebidas alcoolicas como se o mundo fosse acabar, precisar de sair de lá directo para o hospital para receber tratamento hospital, por coma alcoolico... Os gerentes das casas que tenham mais consciência, apesar de isso não ser um trabalho fácil...
Posto isto, e nesta época de alegria, será que os pais vão deixar os filhos sair numa noite de 24/12 para se irem abanar?

2 comentários:

MP disse...

há uma certa histeria a correr por setúbal, não? coreografias em todo lado... spooky...

Electrobot disse...

Acredita que é mesmo "spooky"...Infelizmente é isto que se passa na generalidade da noite setubalense.O meu amigo Jacque Nylv descreve nos posts dele a triste realidade.É claro que Setúbal também tem bares porreiros como o Baco, o La Bohémme ou o ADN (este quase funciona como discoteca de música mais alternativa..).O problema é que falta aqui casas com o espírito do Lux ou do Opart, ou a criação de eventos como aquele a que foste em Montemor.