segunda-feira, fevereiro 28, 2005

Cardápio Nocturno da Semana

Eduardo Martins (Revolwers / Fusion) - Sábado, 05 Março nu Baco



Certamente duas boas opções para se ouvir um som "diferente"...

Jacque Nylv

Crónicas Nocturnas # 10

Bem, e assim se passou outro fim-de-semana movimentado...

Na sexta tive o aniversário de um grande amigo meu, o que acabou por me inviabilizar a ida ao Lux para ver o Steve Bug, mas os meus amigos estão sempre em 1º lugar.

Fomos jantar ao muito recomendável Anexo, que fica perto do Hospital de Setúbal e das Torres de São Bernardo. As pizzas, as massas e as lasanhas são um "must". E noto que muito pessoal da cena mais "underground" bate-se muito no Anexo.

A seguir ao saírmos do Anexo, fomos ao I.D. ver como aquilo estava. Chegámos lá, e estava montada uma bancada com pratos e mesa de mistura, ou seja, naquela noite havia DJ. E é de louvar que o I.D. aposte em fazer coisas diferentes do habitual na noite setubalense. Pena era o som que o DJ tocava...um House já mais que gasto, e um tanto ou quanto monótono, a roçar por vezes o "mainstream", e por vezes um pouco "pesado" demais para o sítio e altura da noite em questão. Mas pronto, há que louvar a ideia, só espero que convidem malta um pouco mais inovadora...

Depois fomos ao Lab, onde estava uma banda a tocar versões de um cantautor dos anos 60, Nick Drake, e do que ouvi, gostei bastante. Agora no Lab apostam ás sextas em trazer bandas/músicos fazerem concertos, e acho que fazem bem, pelo menos noto que existe aderência por parte do pessoal.

Depois, decidimos ir ao Studio 4, e estava por lá uma banda de "covers", a tocar aquelas músicas que passam a vida a serem tocadas nas nossas execráveis rádios nacionais. Ao longe estava uma televisão a mostrar telediscos que estavam a passar na MTV, e vi lá o vídeo do Rocker dos Alter Ego. Pensei logo cá para mim "que vontade de ouvir um Electrozito...".De realçar que o baixista da banda em questão era excelente, o homem até solava no baixo, coisa um pouco rara de se ouvir...Entretanto a banda acaba de tocar, e em vez de começarem a tocar Rock, como seria lógico, não...puseram-se a tocar um qualquer tema "House-Pimba". Já tinha pago o cartão, e decidi imediatamente sair para a rua e por lá fiquei a esperar os meus amigos...Não tenho paciência para aturar essas músicas da treta...

Depois, eu, o aniversariante e a namorada fomos para o ADN, enquanto que o outro casal amigo nosso decidiu ir ao SpyClub (bleurgh!!). Fomos para o ADN, e era uma noite com o meu amigo Simões aka Mr. Simon e com o Mr. Cheeks, da Raska Crew. E foi uma noite de excelente som, e bem mais variado em termos sonoros do que se estaria á espera. Ouviu-se de tudo um pouco...Hip-Hop, Breakbeat, House, Techno, Disco-Sound, Funk, R n B, Punk-Funk, Electro...muito variado, e casa cheia com o público ao rubro. Temas da noite: Michael Jackson-Don´t Stop Till You Get Enough, Eric B & Rakim - Paid In Full (Coldcut Mix), Young MC- Know How, Killers- Somebody Told Me (não consegui identificar se era o remix dos Glimmer Twins ou o do Mylo...sorry). Fiquei bastante contente por ter ouvido uns quantos temas de Hip-Hop mais "old-school"...

No sábado fui ao Baco ouvir o meu grande amigo Fred K, para mais uma sessão de Funk, Electro e derivados, Punk-Funk, e algum Progressive-House mais para o fim da noite. Foi também uma noite em que o Baco esteve ao rubro. Sempre boa onda, o Baco, e com malta que está sempre aberta a ouvir coisas novas. Lá pelo Baco encontrei outros grandes amigos meus, e fiquei de conversa com eles. A seguir fui ao Desassossego, acompanhado pelo meu grande amigo Marco, onde estavam também os meus grandes amigos Abel e Gino a passar som. Também boa onda, e desde que lá cheguei que ouvi Rock, House, Electro-Pop, Disco-Sound, etc...Como sempre, o Gino e o Abel estavam numa de festa rija, e fomos presenteados com temas bastante festivos e alegres. E a seguir...casinha, que já não havia mais nada que me interessasse na noite setubalense...

sexta-feira, fevereiro 25, 2005

Steve Bug no Lux

Hoje no Lux estará o germânico Steve Bug (em conjunto com Rui Vargas), patrão das editoras Poker Flat e Dessous, ambas dedicadas a sonoridades House mais minimalistas e electrónicas, hoje em dia também muito contaminadas por sonoridades muito próximas do Electro e também do House de Chicago "circa" 1987/88. Nomes como Martini Bros, Martin Landsky, Phonique, Detroit Grand Phubas, Vincenzo, Jussi Pekk, David Duriez, Tiefschwarz, etc, já editaram por estas duas editoras. Para quem puder ir, uma noite a não perder.

p.s. Hoje em Setúbal, no ADN, "The Sound Scientists presents": Mr. Cheeks (Raska) e Mr. Simon (3ª Via). Teremos uma sessão á volta do Hip-Hop e do Breakbeat, e de mais coisas á volta.

quinta-feira, fevereiro 24, 2005

Swayzak, Munk & Hacker hoje no Lux

Hoje, para quem possa (e eu não posso, infelizmente...), é uma noite #Cumplicidades, a não perder, no Lux.

Primeiro estarão os britânicos Swayzak ao vivo, a apresentar sonoridades que estarão entre o Electro, o Techno e o Dub. Os Swayzak iniciaram a sua carreira em meados dos anos 90, tendo já editado 4 albúns de originais, sendo o último Loops From The Bergerie (K7), de 2004.

Depois, no bar estarão os Munk, donos da editora Gomma, e espera-se um set entre o Electro, o Punk-Funk, a New-Wave, o Funk/Disco-Sound e outras coisas dançantes. Editaram em 2004 o seu 1º albúm de originais, de nome Aperitivo.

Na pista de Dança estará o françês Hacker, uma das faces mais conhecidas do Electro-Techno. Também editou recentemente um albúm, Rêves Mechaniques. Espera-se um set a viajar entre o Electro, o Techno e a Electronic Body Music (EBM).

p.s.Hão-de dar uma olhada a um novo fórum que nasceu há pouco tempo, o Supravibes, que é dedicado a tudo o que seja música. www.supravibes.com

terça-feira, fevereiro 22, 2005

A música portuguesa não morreu.


Donna Maria de seu nome, mostram o porquê de a música portuguesa nos continuar a surpreender, em que "novos" projectos se dão a conhecer. É com o album "Tudo É Para Sempre", entre melodias calmas e portuguesas, que somos transportados sem saber... sem sentir... E damos por nós noutro mundo, melhor. Com uma banda de fundo.
Um banda glamorosa, que transpira qualidade.

Depois de ouvir o album, espero ansioso por os ouvir ao vivo...

Para mais informações:
- O Blog dos Donna Maria

"(...) Com o coração no passado, os pés no presente e os olhos no futuro, nasceu um novo nome na música portuguesa... (...)" Miguel A. Majer/Donna Maria

Jacque Nylv


PS: Um album em que nomes como Vitorino, Gil do Carmo, Paulo de Carvalho, Paulinho Moska, Tony de Matos, António Variações e Amália Rodrigues estão em constante sintonia.

PS2: Um post tardio... Mas que não podia deixar de existir.

domingo, fevereiro 20, 2005

Crónicas Nocturnas # 9

E assim se passou mais um fim-de-semana, que pelo menos no Sábado foi bastante movimentado.

Na sexta, sinceramente nem era para ter saído á noite, mas recebi um telefonema do meu grande amigo Abel Santos, a dizer que ia passar música no La Bohémme, e lá fui eu...

Não é por ser meu amigo, mas gosto bastante de ouvir o Abel passar som, o gajo tem bom gosto e cultura musical, e é muito eclético a passar som, e passeia-se por estilos com bastante fluidez e á vontade. Num set dele no Bohémme poder-se-á ouvir de tudo...Downtempo, Deep-House, Drum n Bass, Rock (seja de que estilo fôr), Funk, Jazz, Latin, Disco-Sound, Electro e derivados, etc.

O Abel tem uma particularidade engraçada, é raro ele comprar discos que tenham saído no momento, prefere esperar que eles apareçam mais baratos em certos sítios, e no entanto passa música que nunca soa desactualizada, e isso porquê? Porque o que tem qualidade não passa de moda...E tem das maiores colecções de Vinis e CDs que já vi...

Por lá encontrei também um casal amigo meu, o Mário João e a Ana, e estive a pôr a conversa em dia com eles...Da última vez que tinha estado com eles havia sido no Lab, mas como eu tava lá a trabalhar nessa noite, não tive muito tempo para falar com eles.

A seguir ao Bohémme fui para casa, não havia nada que me interessasse em Setúbal nessa noite...

No sábado lá fui ao Baco para mais uma sessão de Electro e derivados, Punk-Funk e Acid-House. Tive, a pedido de várias famílias, de repetir o Galvanize dos Chemical Brothers, o que não me surpreende...os Chemical Brothers sempre fizeram temas para levar qualquer pessoa ao delírio dançante. Temas que também noto que têm uma forte adesão são o Vibramatic do Lionel Hampton & Joakim, o Rocker dos Alter Ego, qualquer coisa que venha do Tiga ou dos Tiefschwarz, o What Happened? do Abe Duque, o Drop The Pressure do Mylo, o Revolution 909 dos Daft Punk e o inevitável Satisfaction do Benny Benassi. Pareceu-me que a malta também reagiu bem ao Jack The Box do Kiko e ao Just Let Go (Thin White Duke Mix) dos Fischerspooner, a também a certos temas Acid-House...Mais uma noite de muito boa onda no Baco, com o pessoal sempre a divertir-se. E tava por lá uma das minhas amigas Sistas, sempre a curtir, sobretudo quando tocava Chemical Brothers, Kraftwerk, Prodigy e Benny Benassi.

Acabada a sessão no Baco, dirigi-me ao Clubíssimo, onde eu sabia que iria estar a Jacklyne a passar som, precedida do Pedro Monchique.

Ao chegar ao Clubíssimo, deparo-me com uma casa com muitos rostos jovens, e devo de admitir que me senti um pouco velho, com tanta juventude ali ao pé de mim. Estava o Pedro Monchique a tocar um daqueles temas que soa a mistura entre R n B e Kuduro, coisa de que eu sinceramente não gosto, mas que a juventude aparentemente aprecia...Verdade seja dita que o Pedro Monchique é bom no que faz e até é um gajo com cultura musical, pena ele sentir-se obrigado a estar sempre a satisfazer gregos e troianos...

No fim do set do Monchique, ele começou a tocar uns temas mais "Tribal", e nessa altura surgiram duas meninas no meio da pista a cuspir fogo. Um espectáculo engraçado, pena o cheiro a gasolina, e uma forte sensação de "dejá-vu". Quando comecei a ir a "Raves", era habitual estas panóplias circenses, com cuspidores de fogo, dançarinos estilo os Alcântara Dancers, animadores estilo o Mató Le Freak, etc... e uma vez cheguei a ver trapezistas e tudo!!! Obviamente, acho estas coisas de cuspidores de fogo um pouco ultrapassadas. (o ano passado estive com o meu amigo Mário João a passar som nos intervalos de um concurso de bandas, e quando estávamos a passar som nesses intervalos, também levávamos sempre com os cuspidores de fogo, e consequentemente com o cheiro a gasolina que empestava aquilo tudo, e já aí comentávamos que aquilo já era muito "demodé"...).

Entretanto, acaba o "circo", e o Monchique passa os comandos da cabine á Jacklyne, que abre a sua sessão com o Drop The Pressure do Mylo, e o pessoal a aderir. Pena que com o prolongar da noite (falta de estaleca, ou falta de cultura musical?), o pessoal a pouco e pouco se tenha retirado da pista de dança, porque o som que a Jacklyne tocou merecia aquela pista completamente cheia e ao rubro. Mesmo assim ficaram uns quantos resistentes, que sempre que a Jacklyne queria dar por encerrada a sessão, não a deixavam. Pena também haver por lá certos jovens que não se sabem controlar, que obrigaram a uma intervenção por parte dos seguranças, mas felizmente também não me pareceu que tivesse algo de muito grave. Emoções adolescentes ao rubro?

Mas vamos ao que realmente interessa...a música. O set da Jacklyne primou pela qualidade, onde se passeou tanto pelo House facção Brett Johnson ou Rob Mello, como pelo Electro-House, como pelo Acid-House. Achei estranho foi com estas coordenadas sonoras, alguém se ter lembrado de ter posto alguém a tocar batuques por cima do som que a Jacklyne estava a tocar. Isso é algo que se aplica bem ao Latin/Afro/Tribal House, agora em relação a House mais electrónico ou Electro-House, aquilo de facto não conjuga. E é preciso não esquecer que o House facção Brett Johnson/Rob Mello ou o movimento Electro são como que um reagir contra as sonoridades mais "tribais". Aliás reparou-se algum desconforto por parte do percussionista ao tentar acompanhar a Jacklyne, e felizmente pouco se ouviu o percussionista...Há coisas que não conjugam mesmo...

O fim de noite foi absolutamente hilariante, ninguém queria deixar a Jacklyne ir-se embora...acho que fez uns 5 encores, e praticamente tudo temas de Electro e derivados...Foi giro ter ouvido no fim temas como Chewing Gum da Annie...Se calhar ainda existe esperança para a juventude setubalense em relação a sonoridades mais Electro ou House Electrónico...A ver vamos o que o futuro nos reserva.

Espero ouvir mais DJs de qualidade este ano no Clubíssimo...

sábado, fevereiro 19, 2005

Hoje fui ás compras # 9

Seria mais correcto dizer "esta semana fui ás compras", mas prontos...

A meio da semana, através da CD Go, recebi pelo correio as seguintes coisas em vinil:

-Various- Trax Records 16 Acid-House Classics (Trax)
Uma colectânea que traz 16 temas editados entre 1987 e 1988 pela Trax, editora de Chicago, e que reflectem os sons ácidos que provinham daquela cidade. Revela um certo oportunismo, dado que desde 2003 que se começou a verificar um certo revivalismo deste género de sonoridades com temas como DK 7-The Difference, Del Costa & Pedro Goya- Freaky Mike ou Headman- It Rough (Chicken Lips Trax Dub). Mas é incrível verificar como estes temas de 1987/88 continuam ainda a soar tão actuais e tão relevantes. Tra clássicos como Phuture- Acid Trax, Mr. Lee- Pump Up Chicago (London Acid Mix), Maurice- This Is Acid, Jack Frost- Shouts, Adonis- Two To The Max, etc...Uma compilação a não perder.

-Marc Romboy- My Love Is Systematic (Systematic)
Mais uma bomba Electro-House desta editora. Além do tema original, traz também duas remisturas um pouco mais "ácidas" de John Dahlback.

-Phonique- Where´s The Party At? (Crosstown Rebels)
Outro excelente tema do produtor Phonique, algures entre o Electro-House e um House de Chicago "circa" 1987/88. Traz um remix mais Electro-House de Freestyle Man. Tanto o original como a remistura são bastante funcionais em termos de pista de dança.

Entretanto ontem fui á Flur, e trouxe de lá o seguinte:

CD:
-Abe Duque- So Underground It Hurts (Abe Duque Records/International Deejays Gigolo)
Abe Duque é o verdadeiro produtor "underground". Edita discos pela sua editora, mas raramente os disco trazem os nomes do temas, e quando os traz, parece que foram escritos á faca. Não faz publicidade nenhuma á música que edita, prefere que a música fale por si. Diga-se de passagem que esta estratégia tem resultado. Nomes como Dj Hell, Miss Kittin, Tiga, Ivan Smagghe, Trevor Jackson, Dezperados, Disorder, e inclusivé DJs como Erick Morillo ou Carl Cox não conseguem resisitir aos "grooves" que emanam dos temas de Abe Duque. Neste albúm passeia-se por entre o Electro, o Acid-House, (algum) Punk-Funk e o Techno. Ao ouvir este albúm, percebe-se porque é que Abe Duque não precisa de publicidade...A música fala de facto por si...

Vinil:
-Kiko- Jack The Box E.P. (International Deejays Gigolo)
Mais um híbrido entre Electro e Acid-House, muito ao estilo do Pleasure From The Bass do Tiga. Não existem palavras para descrever os 2 temas deste disco. Este era o tema com que DJ Hell costumava abrir os seus sets, quando esteve residente no Lux em Junho. Até consegue fazer um morto dançar...

-Fischerspooner- Just Let Go (Remixes) (Columbia)
Eis uns dos nomes que trouxeram de novo o Electro á ribalta de volta. Não traz o original, mas traz um excelente remix de Thin White Duke (Jacques Lu Cont), que promete ser um êxito durante este ano. No outro lado também traz um interessante remix de Tommy Sunshine. Mas é ao remix de Thin White Duke que vamos todos dançar com maior sofreguidão...

-Miss Kittin & The Hacker- The Beach (Mental Groove)
Este tema já tem uns dois anos, mas só agora é que o consegui arranjar. Soa um bocado aos momentos mais "Disco" dos Daft Punk "circa" Homework, mas com um excelente vocal de Miss Kittin. Já tem dois anos, mas continua a soar tão actual...Além do mais, se tem qualidade, nunca passa de moda...Sampla um qualquer tema de Italo-Disco cujo nome não me recordo agora...

p.s. Hoje á noite no Baco, em Setúbal, temos Eduardo Martins para mais uma sessão de Electro e derivados, Punk-Funk e Acid-House.

Por volta das 3:30, 4:00 da manhã, no Clubíssimo, também em Setúbal, está previsto a Dj Jacklinne tomar os comandos da cabine, para um set que irá viajar entre o House de qualidade e algum Electro. Antes estará o Dj Pedro Monchique, também (espero eu) a tocar House.

terça-feira, fevereiro 15, 2005

Friday Night On a Pub Crawl

A noite estava fria, a companhia agradável e a pergunta do costume: "Onde vamos hoje?"
"Podemos experimentar a beira-mar, que dizes?" E assim fomos...

O espaço era pequeno para tanta gente, tanto que só havia lugar sentados na rua... ao frio, mas não estavamos nem aí... Mas a noite foi passando, a música foi tocando, e o frio começou-se a notar e decidimos mesmo ficar de pé no interior do espaço. De pé, olhei em volta e vi um rapaz de trompete, e pensei que provavelmente seria nova a moda, visto não ir ali faz tempo, mas constei mais tarde que era a atracção da noite e fiquei animado e curioso para ver o que nos esperava... Conseguimos arranjar lugar sentados, e vimos entrar mais um elemento para a actuação... Munido do seu PC-MAC portátil, a música foi baixando, fez-se silêncio e começou-se a ver umas imagens projectadas no tecto... Entre corpos semi-despidos, paisagens e imagens abstractas a música começa, e entre um ritmo difícil de descrever, numa onda muito Lounge, o trompete faz-se ouvir ficando um ambiente diferente do habitual em Setúbal... Fiquei em parte contente por ali me encontrar, uma actuação nova, o trompete lá circulava por entre notas em forma de acompanhamento...
Mas a actuação foi entrando numa monotonia estranha, e decidimos sair...

Próxima paragem, bar pop & (pseudo) fashion...

Ao chegar, ouço de fora o tema Call On Me
, e observo que o electro-house estaria a fazer das suas na zona pop, rindo-me...
Já no interior, as mesmas caras de outrora... sorridentes, bem dispostas, casa meio composta... A onda deep/comercial por lá (continuava) tocava, não sendo nada de novo... Exceptuando claro o tema da chegada!! (Será que sabiam que aí vinha??) Por entre um copo e outro, a conversa foi nos distraindo, enquanto uns dançavam meio que discretos, outros nem por isso... É que a sessão de rock tipicamente ao estilo Seagull começa... Bebida terminada, duas faixas tocadas e bai bai... É tempo de novas paragens que aqui já cansa... E enquanto me dirigia ao próximo espaço, fui pensando para mim mesmo, como seria capaz a falta de novo sangue, novas sonoridades naquela zona da noite setubalense, tão excessivamente frequentada...

E enfim cheguei...

Piano montado na direita, guitarra em braços numa sessão em tudo diferente... O Concerto Raízes, num ambiente "boa onda", de amigos... Com Nuno Tavares no piano, e António Santos na guitarra, as notas, as canções sem voz por lá passearam, sendo de pasmar os acordes da guitarra e o teclar dum piano... Num bar... Em Setúbal... E que bar. Aquele que definitivamente muito sangue novo nos dá a conhecer, que mantém a sua linha, não se deixando como que prostituir pela onda do comercial. Um fim de noite cinco estrelas.
Definitivamente o buscar de inspiração foi aí encontrado.

Jacque Nylv nu MXL, Maria dos Copos & Lab (respectivamente!)

segunda-feira, fevereiro 14, 2005

Clubíssimo...

É pena ninguém pegar no Clubíssimo de uma forma séria...

Por exemplo, vejamos o que se passou quando o KGB se mudou para lá... O problema do KGB no Clubíssimo foi o facto de tanto o KGB como o Spy apostarem em sonoridades parecidas, excepto que o KGB de vez em quando tocava aquelas coisas tipo Marcha do Vitória e Dartacões e uns temas Rock que costumavam ser tocados no Seagull (mas os mais ranhosos...). Ora existindo espaços com conceitos semelhantes, as pessoas obviamente vão ao que lhes fica mais á mão...E o Spyclub era o que ficava mais perto. As noites agora correm relativamente bem no Clubíssimo por o conceito ser algo diferente do que o do Spy, apesar de ainda continuarem a tocar e a apostar em algumas coisas e DJs comerciais.

Na minha opinião, o Clubíssimo devia de ser transformado num verdadeiro "Dance Club" com noites de House de qualidade ou Electro...Talento regional não falta, como o Del Costa, o Pedro Goya, DJ Time, Henri Sanrame, Pedro Viegas, Abel Santos, Pedro Tiago, Roger Urb, Jacklynne (que vai lá estar este sábado ), Safara, Mário João Camolas, etc e os cachets de muitos DJs de Lisboa como o Rui Vargas, o Tó Ricciardi, a Yen Sung, o eixo Disorder/Dezperados/Strawberry Force Fields Forever, o Nelson Flip, o Rui Murka, o Kaspar, o Yari, etc, não são assim tão elevados...

Tem é de existir coragem para apostar nestas coisas, e sei que os 1ºs meses serão talvez um pouco complicados, porque serão de construcção de uma onda que se demora a afirmar por aqui, mas acredito que mais cedo do que se pensa ela se irá afirmar, e que será a longo prazo rentável...Só assim, na minha opinião se consegue criar uma casa que sobreviva e que seja uma forte alternativa ao Spy...As casas que apostam na qualidade sobrevivem bastante mais que as que não apostam...

Vejam exemplos:
La Bohémme- 15 anos
ADN- 14 anos
Baco- 7 ou 8 anos

O Absurdo, apesar de ser uma casa mais "comercial", existe já há 15 anos porque é a casa "comercial" original, tem uma clientela fiel e que não liga a modas, e tem um DJ que tem cultura musical, que no meio da música comercial toca coisas mais alternativas, criando surpresas, e não deixando a casa estagnar...

Na minha opinião o Clubíssimo tem todas as condições para se tornar num verdadeiro "Dance Club". Está muito bem situado, não existem grandes problemas de estacionamento, tem capacidade para albergar bastantes pessoas, tem um espaço ao ar livre, tem bom material de som...Insistir em sonoridades mais "comerciais" é um erro, e as consequências que daí advirão poderão não se repercurtir a breve prazo, mas a longo prazo será inevitável...

Aliás esse foi o erro que o Clubíssimo, na altura .Club cometeu...Fizeram o 1º fim-de-semana a tocar House de qualidade, e como no 1º sábado acharam que a afluência não era a desejada, viraram-se para a música comercial. 1º erro...não se muda o estilo de som da casa por dá cá daquela palha, deve-se de manter a linha que se quis criar no início. De facto nos 1ºs tempos a coisa resultou, mas depois foi o descalabro que se viu, porque enveredaram pelo mesmo tipo de sonoridades que o KGB tocava, e aconteceu o que mais tarde veio a acontecer ao próprio KGB quando este se mudou para as instalações do Clubíssimo...as pessoas, perante dois conceitos iguais, optam pelo que fica mais á mão.

Depois, facilitavam a entrada aos adolescentes...Ora nada tenho contra os adolescentes saírem á noite, mas os adolescentes são o público menos fiel a uma casa que se pode ter, e muito susceptíveis ás modas, numa altura todos frequentam uma determinada casa, e de repente, sem mais nem menos, deixam de as frequentar. Além de que são um estrato com pouca influência económica. E pessoal mais adulto não se sente bem em ambientes predominantemente adolescentes...Além de que a cultura musical e a vontade de procurar coisas novas entre maioria dos adolescentes aqui de Setúbal está um pouco pelas ruas da amargura...Mas a culpa também não é só deles...A culpa também é dos donos/gerentes das casas e DJs dessas respectivas casas que também não mostram nada de novo e/ou relevante aos adolescentes, e assim cria-se um círculo vicioso. E coisas como a estagnação da Rádio, a falta de horizontes da MTV, excessos alcóolicos demasiadamente cedo, falta de rumo nas políticas de Educação ou palhaçadas como os Morangos com Açúcar (e outras coisas...) ajudam também muito a que os adolescentes (pelo menos os de Setúbal...) estejam um pouco desnorteados...

E depois há que saber escolher os porteiros. Já ninguém está para aturar indivíduos que não deixam entrar pessoas numa certa só por causa de, apesar de estarem bem vestidos, os srs. porteiros acham que esse género de vestimenta não se aplica á casa em questão, ou porque não se vem acompanhado por uma mulher...E acabar com a política do cartão de consumo. Se em Lisboa não existe isso e as casas não vão á falência, porque também não aplicar em Setúbal o método de pagar senhas á porta?E em Lisboa não se recusa nunca a entrada a ninguém...pede-se é a indivíduos indesejáveis uma quantia absurda para entrar...

domingo, fevereiro 13, 2005

Crónicas Nocturnas # 8

Bem, e lá passou mais um fim-de-semana, bastante movimentado no Sábado...

Na Sexta, fui ao Baco ter com uns amigos meus, e por lá ficámos até eles se terem ido embora. De realçar a excelente selecção musical do José Reis, que nesse dia estava a exercer funções como DJ. Começou com uma onda mais Dub/Reggae, depois passou para uma onda mais Downtempo, e depois passou sonoridades entre o Deep/Funky/Latin House e um Drum n Bass mais "soft". A seguir aos meus amigos terem-se ido embora, decidi ir ao La Bohémme, e por lá encontrei um casal amigo meu. Por lá estava um DJ a tocar Rock Alternativo intercalado com outras coisas, mas era um som sem grande personalidade, parecia que se estava a ouvir aqueles programas pseudo-alternativos da RFM...A seguir eu e esse casal amigo meu fomos para casa, não estávamos com vontade de ir a mais lado nenhum...

No Sábado, fui ao Barreiro com os meus grandes amigos Abel e Gino, e fomos ao Portão-Bar. Grande noite, público bastante receptivo , e um dono/gerente de casa bastante satisfeito. Noite muito variada em termos musicais, e ouviu-se de tudo um pouco...de Electro a Ska, de Funk a Punk-Funk, de New-Wave a Hard-Rock...uma noite em que se ouviu LCD Soundsystem, Beastie Boys, Chemical Brothers, Annie, Blondie, !!!, Radio 4, AC DC, Guns n Roses, Steve Winwood, James Brown, etc...Muito boa onda mesmo.

sábado, fevereiro 12, 2005

Cardápio Nocturno para hoje.

Barreiro:

Portão Bar

"Los 3 Amigos DJ´s:
Projecto em que se juntam 3 DJs de Setúbal, de nome Eduardo Martins(Revolwers/Fusion), Abel Santos e Gino Nabeiro, habituados a tocar nos locais mais "underground" da noite setubalense como o ADN, o Baco, o Tasco do Caneco, o Lab, o La Bohémme ou o Desassossego, e até mesmo de outros locais fora de Setúbal...De um set deles pode-se esperar uma mistura explosiva de Electro e derivados, Rock Alternativo, Punk-Funk, New-Wave, Breakbeat, e outras coisas dançáveis. Para eles não há limites, tudo é música de dança, desde que ponha as pessoas felizes e a divertirem-se como se o mundo acabasse amanhã..."


XII-A aka Bar do Gustavo

Henri Sanrame (Latin Science Inc)

Deep, Funky, Electro ,Hard & Progressive House


Setúbal:


La Bohémme

Mr. Simon

Deep, Funky,Electro & Afro-House


Lab

Dj Pedro Tiago Birthday´s Party

Deep, Funky & Electronic House

Hoje fui ás compras # 8

Eheheheh...Lá voltei a ir ás compras hoje. Fui comprar uns livros de que necessito para estudar, mas entretanto passei pela Fnac do Chiado , e a 7 euros estava lá o seguinte CD:

-Kylie Minogue- Body Language (Parlophone)
Uma das minhas artistas pop favoritas, e já sei que mais cedo ou mais tarde encontro os cds dela a preços mais baratos, por isso não os compro logo assim que saiem...Bom disco pop, já contaminado pela nova vaga de Electro e derivados, com uns temas mais perto do R n B, mas muito agradável de se ouvir.

Depois fui á Flur, onde vi por lá o comentador Nuno Rogeiro a falar ao telefone com alguém, e em que descobri que o Zé António Moura foi aluno dele na Universiade Lusíada, em que eu também andei. Comprei lá as seguintes coisas:

CD:

- Ada - Blondie (Areal)
Ada é a nova coqueluche do chamado Minimal Techno de Colónia, cidade onde está também sediada a conhecidíssima Kompakt. Excelente albúm, com uma sonoridade muito etérea, e com um toque muito feminino.

-Simple Minds - Empires & Dance (Virgin)
- New Gold Dream (Virgin)
Se não estou em erro, são o segundo e terceiro albúm dos Simple Minds (se estiver enganado, façam o favor de me corrigir...). Antes de os Simple Minds serem uma banda de estádios, eram uma banda fortemente influenciada tanto pelo Krautrock típico de uns Neu! ou Can, como pelas sonoridades mais electrónicas típicas de uns Kraftwerk, e até apresentavam uns laivos de Punk-Funk...E estes dois albúns permitem verificar isso mesmo. E a 10 euros cada um, é de aproveitar...

Vinis:

-Dirty Minds - Life Of Brian (Eskimo)
Projecto dos Glimmer Twins, em que neste tema em questão dão uma roupagem mais Punk-Funk ao tema Jesus Loves The Acid dos Ecstasy Club. Muito bem conseguido. Do labo B apresenta uma versão mais electrónica.

-Mathew Jonson - Followed By Angels E.P. (Itiswhatitis)
Mais um excelente E.P. com 2 temas de Mathew Jonson. Apresenta um "feeling" muito kraftwerkiano, mas não imita os Kraftwerk.

-Vários- Full Body Workout vol. 1 (Get Physical)
Compilação de temas inéditos, bastante virados para o "dancefloor", que passeiam alegremente entre o Electro-House e o Acid-House, com a qualidade habitual a que a Get Physical já nos habituou.

-Soulwax - E Talking (Pias)
Excelente máxi, com remisturas mais Electro-House de Tiga e Rex The Dog, e uma "Night-Version" assinada pelos próprios Soulwax, com a voz de Nancy Wang dos LCD Soundsystem. Os Duran Duran também costumavam fazer "Night Versions" para os máxis, e parece que os Soulwax querem seguir essa tradição.

-Kango´s Stein Massive- Ferskfest (Trailerpark)
Outro excelente máxi, com o original e a remistura de Trulz & Robin a andarem num terreno algures entre o Electro-House e o House de Chicago "circa" 1987/88.

-Electric Kids - Live To Dance (Missive)
Mais dois bombásticos temas de Electro-House e respectivas remisturas. Um pouco na linha dos Tiefschwarz.

E assim foram as minhas compras.

terça-feira, fevereiro 08, 2005

Crónicas Nocturnas # 7

Para quem, como eu, não aprecia lá muito o Carnaval, até que foi uma época carnavalesca bastante animada.

Na sexta fui ao La Bohémme ouvir o meu amigo Simões, mais conhecido como Mr. Simon. O Simões passa sonoridades mais dentro do House, mas passa música bastante boa, e não se limita a tocar só House, não tem problemas em tocar um ou outro tema mais virado para o Electro, e até toca temas de artistas como o Prince, os Duran Duran, os B-52s, os Talking Heads e até mesmo Kylie Minogue (ai ai, Kylie...cada vez mais linda...). Acabei por ficar lá mais tempo que o previsto, pois era o aniversário do Filipe aka Naf, o dono do Tasco do Caneco, e queria ter ido mais cedo, mas após ter saído do Bohémme e de ter andado uns quantos metros, ouvi gritos e garrafas a partirem-se, e decidi voltar para o Bohémme, não fosse sobrar para mim...Sendo assim tive lá até quase ás duas da manhã, mas também com o som do Simões, não me importei muito...eheheh.

Depois lá fui em direcção ao Tasco do Caneco, e pelo caminho não encontrei nem ouvi nada de estranho. Aliás Setúbal costuma ser bastante sossegado, e anda-se bem de um lado para o outro de noite sem grandes problemas, mas é claro, é preciso sempre ter atenção a certas coisas...Chegando ao Tasco do Caneco, deparo-me com uma casa completamente á pinha, e com uma banda de Blues-Rock a tocar (infelizmente não memorizei o nome deles), e até gostei bastante de os ouvir. Por lá encontrei vários amigos meus, e por lá estive a confraternizar com eles até o Filipe nos mandar embora...eheheh.

Depois fomos acabar a noite no ADN, e aí assustei-me, pois quando cheguei á porta tava a tocar um samba, e fiquei logo sem grande vontade de lá entrar, mas mesmo assim entrei com os meus amigos, mas felizmente a seguir tocou-se um qualquer tema tipo New-Wave. É como eu digo, por vezes nem nos locais mais "underground" se consegue escapar a essas coisas. De realçar que a noite de sexta tinha pouca gente mascarada...

No sábado, lá fui ao Baco para mais uma noite de Electro e derivados, Punk-Funk, etc, e esteve-se bem, apesar de para um sábado de Carnaval estar até um bocado calmo. Mas sempre boa-onda. A seguir fui para o Desassossego, e lá estava o meu amigo Gino a passar sonoridades mais "metálicas", mas para o fim guardou uma autêntica pérola...o You´re My Heart, You´re My Soul dos Modern Talking, e pôs toda a gente a rir...eheheheheh. E depois lá fui acabar a noite no ADN, mas já não me recordo de grande coisa, tal era a bebedeira que já tinha em cima...foi uma noite de muitos "shots". No sábado já se via um pouco mais de malta mascarada.

Domingo fiquei em casa para recuperar dos excessos alcóolicos de Sábado...

Na segunda, fui novamente ao Baco para outra noite de Electro e derivados, Punk-Funk, etc. Mas esta noite esteve completamente ao rubro. Logo desde as dez e tal da noite que a casa começou a encher, e foi a loucura total até se desligar a música. Muito LCD Soundsystem, muito Chemical Brothers, muito Tiefschwarz, muito Tiga, muito Acid-House e "hits" como Blue Monday dos New Order, Satisfaction do Benny Benassi, Rocker dos Alter Ego e a remix de Paper Faces ao Comfortably Numb dos Scissor Sisters também marcaram presença na noite de Carnaval, completamente ao rubro no Baco. A prova que para as pessoas se divertirem no Carnaval não é preciso recorrer á música brasileira de má qualidade...

A seguir fui para o ADN, em que estava o Pedro Viegas a passar som em conjunto com o residente, o Zé Pescador. Áparte um ou outro tema manhoso, teve-se bastante bem...É pena certas sequências de músicas que não tinham nada a ver, coisa que o Zé Pescador faz com alguma frequência...Passar de um tema de Electro para um tema do estilo dos No Smoking Band do Kusturica para mim não faz sentido...ó Zé Pescador, tens de ir mais vezes ao Lux ouvir o Tiago Miranda ou os Disorder para veres como se fazem sequências a sério...E nesta noite de segunda, o número de malta mascarada era bastante, o que leva a crer que este ano muita gente guardou-se para a noite de Carnaval.

Pelo que me disseram, sítios como o Lab ou o Tasco do Caneco também tiveram noites sempre a "bombar"...e ainda bem. E assim passei um Carnaval quase sem ouvir sambas ou brasileiradas...Os sítios pop e (pseudo) fashion, como de costume, apenas tendo em atenção o que me contaram, lá massacraram a malta com sambas, brasileiradas e outras coisas tão ou mais manhosas...Se em noites normais esses sítios já irritam, no Carnaval então são mesmo a evitar.

E pronto, mais um Carnaval que passou...para o ano há mais...

segunda-feira, fevereiro 07, 2005

Carnaval # 2

Para quem quiser escapar á omnipresença dos sambas e da música brasileira de má qualidade (e sei que os sítios pop e pseudo-fashion nesta altura massacram as pessoas com essas coisas...), tem as seguintes opções aqui por Setúbal:

Baco:

Eduardo Martins (Revolwers/Fusion)

Electro e derivados, Acid-House, Punk-Funk, 70s, 80s, 90s & 00s




Lab:

Deep/Funky/Latin House

Roger Urb (DJ) + Mr. Blownose (Trompete) + José Reis (Percurssão)



Tasco do Caneco:

Pedro Lontro + Gino

Ecletic/Alternative Sounds


ADN:

Pedro Viegas (Jouneys/Hot Hat)

House,Breakbeat, Electro & outras coisas dançáveis...


Portanto, quem quiser fugir ás brasileiradas e aos sambas já sabe para onde pode ir em Setúbal...

Caso queiram ir para outros sítios, no Clube Lua, no Jardim do Tabaco, em Lisboa vai ser a noite Nag Nag Nag, com Jojo de Freq, Jonhy Slut e Phil OK, com o "live-act" dos Atomizer. A entrada custa 15 euros, com direito a uma bebida de cápsula.

Divirtam-se.

p.s. ó Nylv, tantos artistas no top português que não cantam nada e que nunca na vida deveriam ter gravado um disco...os nossos ouvidos agradeciam...

Kasualydades 2

Como é possível alguém que não sabe cantar, sendo uma ofensa para quem o faz, ser Disco de Platina em Portugal?

Jacque Nylv em Kasualydades

sábado, fevereiro 05, 2005

Carnaval...

Pois é, começou aquela época de que eu nunca gostei muito (só quando era puto achava graça, mas agora...). É a época em que muito pessoal se decide mascarar, em que muita malta prega partidas com algum sentimento de impunidade, porque é Carnaval e "ninguém leva a mal". Mas, pior que tudo, é a época em que muitos sítios são invadidos pelos sambas e muita música brasileira de péssima qualidade. Por incrível que pareça existem pessoas que durante o ano inteiro têm gostos musicais acima de qualquer suspeita, e que no Carnaval papam alegremente com coisas que no resto do ano desdenhariam e que nunca seriam apanhados a ouvir...Nunca percebi isso. Eu no Carnaval continuo a manter os mesmos gostos que sempre tive, não começo de repente a querer ouvir coisas que sempre detestei. É um fenómeno para mim incompreensível, e talvez , como bem diz uma amiga minha, só Sigmund Freud o conseguisse explicar...Ainda se vivêssemos no Brasil, aceitava-se. Mas não. Vivemos em Portugal, que até tem uma tradição carnavalesca bastante forte e bem anterior á descoberta do Brasil. E Veneza também tem uma forte tradição carnavalesca, e eles não passam o Carnaval a ouvir sambas e brasileiradas de 5ª categoria, que é o que se passa cá na maioria dos sítios. Só os sítios mais "underground" resistem a estes ímpetos, mas mesmo assim alguns insistem em tocar ocasionalmente umas coisas de teor mais duvidoso...

Para quem quiser hoje evitar música de má qualidade, é dar um salto aos seguintes sítios, com as seguintes programações:

Tasco do Caneco:

Disco-Sound Party, com o DJ Abel Santos.

Baco:

Electro e derivados, Acid-House, Punk-Funk e 70s, 80s, 90s & 00s, com o Eduardo Martins (Revolwers/Fusion).

Lab:

Deep/Funky/Latin House

Roger Urb (DJ)+Mr. Blow Nose (Trompete)+ José Reis (Percurssão).

Desassossego:

Hard n Heavy+Punk, com o DJ Gino

E ainda temos também o La Bohémme e, para fim de noite, o ADN

Felizmente há hipóteses para escapar á horrível banda sonora que domina os outros sítios...Não é que a banda sonora nos outros sítios também seja lá muito boa durante o resto do ano, verdade seja dita...


sexta-feira, fevereiro 04, 2005

Hoje fui ás compras # 7

Pois é, hoje lá voltei a ir ás compras...eheheheh

Primeiro, precisei de passar pela Fnac para comprar uns livros, mas é claro que fui dar uma espreitadela á secção dos CDs...eheheh, e trouxe da Fnac o seguinte CD :

-The Supermen Lovers - Boys In The Wood (Lafesse)
Basicamente é um albúm de Disco-Sound moderno, com uns toques actuais, mas não deixa de soar ao Disco-Sound mais clássico dos anos 70. A esmagadora maioria da crítica crucificou o disco, mas só pode ser preconceito contra o Disco-Sound de teor mais festivo...


Depois andei por mais livrarias á procura de mais um ou outro livro, e depois de almoçar, dirigi-me á Flur, onde comprei as seguintes coisas:

CDS:

-LCD Soundsystem - LCD Soundsystem (DFA/EMI)
Finalmente saiu o albúm dos LCD Soundsystem, e cumpriu o que esperava dele. Muito Punk-Funk, com um ou outro tema mais calmo. Muito bom

-Chemical Brothers - Push The Button (Virgin)
Também outro albúm que está bastante bom. Os Chemical Brothers continuam a não me desiludir. Um "cocktail" de Hip-Hop, Electro, Breakbeat, Psicadelismo e até um tema Punk-Funk...

Vinis:

-Headman - It Rough (Gomma)
Traz o original e a remix, com um grande "feeling" Chicago 1987/88, dos Chicken Lips. Uma autêntica bomba no "dancefloors" mais esclarecidos...Já andava atrás disto, e finalmente na Flur lá o conseguiram arranjar outra vez. Obrigado.

-Martini Bros- Biggest Fan (Turbo)
Traz o original e o fabuloso remix dos Blackstrobe. Também outro disco que procurava já há uns tempos. Electro-Pop super-dançável do melhor.

-Annie - I Will Get On (Telle) 7"
O último tema produzido por Erot á Annie. Um tema fortemente influenciado pelo Disco-Sound. No lado B traz um remix mais "dubby" de Doctor L.

terça-feira, fevereiro 01, 2005

História do Electro-Parte 2

Como o prometido é devido, vamos agora falar dos caminhos que o Electro percorreu entre os fins dos anos 80 e o começo do século XXI:

Por volta de 1986/87, sonoridades como o Electro-Funk (hoje conhecido como Electro Old-School) ou os diferentes géneros de Electro-Disco (como o Hi-NRG, o Italo-Disco ou o NY Disco típico de produtores como Larry Levan) começaram a ser postos um pouco de lado devido á cada vez maior força de estilos como o Hip-Hop (estilo Run DMC, Public Enemy, De La Soul ou Eric B & Rakim, que vieram subsistuir um Hip-Hop de teor mais electrónico por um de teor um pouco mais orgânico, muito baseado em "samples" de temas de Soul e de Funk dos anos 60/70), o House e o Techno. Claro que o Electro-Funk, o Electro-Disco e o Electro-Pop influenciaram fortemente tanto o House como o Techno, mas a convivência entre ambos os estilos parecia um pouco complicada, e no fundo tanto o House como o Techno eram como que evoluções ou derivações desses estilos.

Ao mesmo tempo o movimento da Electronic Body Music (EBM) continuava bastante forte, com nomes como Nitzer Ebb, Front 242, Skinny Puppy, The Neon Judgement,etc. Este era um movimento que derivava tanto do Electro-Pop, sobretudo dos Depeche Mode ou dos D.A.F. , como dos projectos mais Electro-Industriais como os Cabaret Voltaire ou os Throbing Gisttle. Era uma sonoridade electrónica bastante agressiva, com letras muito agressivas e até belicistas, era quase como o "Heavy-Metal" da música electrónica. Ouvir temas como Join In The Chant dos Nitzer Ebb, No Shuffle dos Front 242 ou TV Treated dos Neon Judgement para conferir. O movimento EBM também esteve na origem do chamado New Beat, quando numa qualquer discoteca belga, em meados dos anos 80, DJs como Marc Grouls ou Olivier Peters começaram a tocar a 33 rotações em vez das recomendadas 45 um tema de EBM , o Flesh dos A Split Second, dando assim mais ênfase ao baixo e ao "beat" e menos ás vocalizações. A partir muita gente começou a procurar e a tocar discos, fossem eles electrónicos, de pop/rock ou Disco-Sound que soassem bem a 33 rotações, ou que na sua velocidade normal conseguissem emular essas sonoridades. Daí até se começarem a produzir discos que emulavam o que se ouvia nas pistas de dança foi um rápido passo, e até se começar a tocar discos de New Beat com outros de EBM, House, Acid-House e Techno foi também um rápido passo...Conferir temas de New Beat como Snowy Red- Euroshima/Wardance, Boytronic- Bryllyant, 16-Bit- Hi-Score, PLB System- Artificial Defense (Esta Loco) , Jade 4 U -Rainbows ou Amnesia-Ibiza. Também surgiram híbridos engraçados entre New Beat e Acid-House, como Ecstasy Club-Jesus Loves The Acid ou Lords Of Acid- Hey-Ho!. E cedo começou a hibridização entre o New Beat e o House e o Techno, que criou novos subgéneros...até ao New Beat tal como o conhecíamos ter desaparecido nos inícios dos ano 90.

O Electro-Funk, apesar de até 1987 ter continuado a existir com produções de Mantronix ou de Davy DMX, e até com êxitos como Push It das Salt n Pepa ou Supersonic das J.J. Fad, perdeu algo da sua força, mas continuou a ter relevância na quente cidade de Miami inclusivé até aos dias de hoje, com a designação Miami Bass, com produtores como Dynamix II, Bass Mekanik ou Luke Campbell dos 2 Live Crew, e com letras bastante eróticas (quando não pornográficas mesmo...). Também existe a versão mais vanguardista deste movimento, através de produtores como Phoenicia ou Richard Devine. O Electro-Funk também continuou a ter relevância na cidade mãe do Techno, em Detroit. Estetas como os Underground Resistance de Mike Banks, os Drexcya, os Octave One, os AUX-88, Le Car, Dopplereffekt, Adult. ou o Will Webb continuaram a fazer temas de Electro fortemente influenciados pelo Electro-Funk (e não só...), em conjunto com trabalhos mais próximos do Techno, em labels como a UR, a Ersatz Audio, a Planet E ou a 430 West. Em Detroit surgiu também o GhettoTech, com nomes como DJ Assault ou DJ Godfather, que são como o equivalente de Detroit ao Miami Bass. Estetas britânicos mais ligados ao Techno e á música electrónica em geral como Andrew Weatherall, Aphex Twin, Ed DMX, Advent, Dave Clarke, Radioactive Man, Octagon Man a.k.a. J. Saul Kane ou Jedi Knights continuaram a produzir temas de Electro, e no caso de Dave Clarke ou Octagon Man, até a editar compilações que mixavam temas mais Old School com coisas novas, na já mítica série Electro-Boogie da K 7. Também na Holanda estetas como I-F ou Legowelt começaram, nos finais dos anos 90, a editarem temas influenciados tanto pelo Electro mais Old-School como pelo Italo-Disco (ouvir o magistral Space Invaders Are Smoking Grass do I-F), e surgiram labels como a Clone ou a Viewlexx, e na Alemanha Anthony Rother começava na mesma altura a editar trabalhas fortemente influenciados tanto pelo Electro mais Old School como pelo Electro-Pop.E também na Alemanha DJ Hell cria a sua label, a International Deejay Gigolos, que também vai editar tanto projectos de Techno, como de Electro, seja de produtores de Detroit, seja de produtores europeus.Não esquecer também a editora alemã Disko B.Na Austria era criada a label Cheap, de Gerard Potuznik, que também editava sonoridades ligadas ao Electro. Também em Nova Iorque Morgan Geist começava a dar os primeiros passos ao construir sonoridades que tanto deviam ao Electro-Disco como ao Techno de Detroit, fosse a solo, fosse com o seu projecto Metro Area. Foi também no fim dos anos 90 que Trevor Jackson criou a "label" Output.E o fenómeno Big Beat também referenciava o Electro, em projectos como os Freestylers.

Por outro lado, na 2ª metade dos anos 90, surgiu o chamado "French Touch", onde produtores franceses como Daft Punk, Air, Etiénne de Crécy,Mike 303, Alex Gopher ou Dimitri From Paris começaram a ganhar relevo na "dance-scene" internacional. Apesar de o "French Touch" ser fortemente associado ao Disco-Sound, por ser uma das mais fortes fontes de inspiração desse movimento, a verdade é que também muitos temas de Electro-Funk, de Electro-Disco e até mesmo Electro-Pop eram utilizados na forma de "samples" em muitos desses temas, criando, por assim dizer, as coordenadas para o chamado Electro-House. E não eram só os franceses que faziam isto, a "label" britânica 20/20 Vision também incorporava (e ainda hoje continua a incorporar) nos seus temas fortes influencias das linguagens mais ligadas ao Electro. E os trabalhos iniciais de Mathew Herbert, sobretudo no projecto Dr. Rockit eram também notoriamente influenciados pelo Electro. E foi também no fim dos anos 90 que surgiu o projecto Les Rhythmes Digitales, de Jacques Lu Cont (nome verdadeiro Stuart Price) que também misturava sem qualquer problema House, Electro e Breakbeat. Isto é notório, ao ouvir-se os seguintes temas: Random Factor-Broken Mirrors, Scott Grooves-Mothership Re-Connection(Daft Punk Mix), Daft Punk- Teachers, Superfunk- Come Back (Supafly Mix), Les Rhythmes Digitales- Jacques You Body (Make Me Sweat) ou Air-Sexy Boy. Também em França, na mesma altura, mas áparte do fenómeno "French Touch", The Hacker e Miss Kittin começavam a dar os primeiros passos em termos de produções. O hoje famoso Champgne E.P. que traz o tema Frank Sinatra foi editado pela Gigolo ainda durante os anos 90...

O Electro-Pop, em contrapartida, continuou com bastante visibilidade, e nomes como Depeche Mode, Erasure, Pet Shop Boys, Electronic (um projecto que juntava Bernard Summer dos New Order com Jonhy Marr dos Smiths) e New Order continuaram a ter êxito durante os anos 90, embora tenham por vezes editado albúns em que o Electro-Pop se miscigenava com outros estilos. O caso de maior sucesse durante os anos 90 foram os Depeche Mode, e é curioso ver que os Depeche Mode são idolatrados por pessoas de diferentes géneros musicais, seja do Metal, seja do Techno, seja do House, etc...Se bem que os problemas que Dave Gahan, vocalista dos Depeche Mode, teve com a droga, iam acabando com a banda...Mas felizmente parece que isso é coisa do passado.

Mas, exceptuando o Electro-Pop, o Electro viveu o fim dos anos 80 e os anos 90 num período de relativa obscuridade...até que em finais de 2000 foram editados os albúns de Chicks On Speed-Will Save Us All e Ladytron-604, e os máxis de Fischerspooner-Emerge e Blackstrobe-Innerstrings.

A partir daí algo começou a mudar na "Dance-Scene"...E irei falar disso no 3º e último capítulo da História do Electro.