sábado, janeiro 08, 2005

A rádio que temos...

Hoje venho falar de um assunto que desde há uns valentes anos me tem incomodado, que é a quase total demissão da rádio em divulgar coisas novas e, consequentemente educar de alguma forma quem a ouve.

Na minha opinião, a rádio começou a perder o seu encanto quando começou a enveredar pelo formato das "playlists" em detrimento dos chamados programas de autor, o que levou a que a esmagadora maioria das rádios mais pareçam uma gigantesca "rádio nostalgia". Liga-se o aparelho de rádio em praticamente qualquer estação, e o que ouvimos nós? Sempre os Supertramp, o Bryan Adams, o Bruce Springsteen,e geralmente temas deles que já têem 15 ou mais anos...As únicas novidades que se vão ouvindo são as de nomes já plenamente consagrados, e mesmo assim o "airplay" desses temas não dura muito...

Quando não está em modo "rádio nostalgia", está em modo "música pimba", ou seja, ouve-se aqueles temas modernos (ou não tão modernos), mas de muito má qualidade musical, e para mim tanto é "pimba" o Tony Carreira, como a Shakira, como os O-zone ou um qualquer tema de uma qualquer girls/boys bands...

Ou seja, as rádios demitiram-se de apostar tanto na novidade, como na qualidade.E chega a existir comportamentos aberrantes por parte das rádios, quando existem discos que estão em lugares cimeiro dos Tops, e que são comprados e ouvidos por muita gente, e que raramente são tocados na rádio, como o disco dos Humanos.

As rádios, na minha opinião, vivem cada vez mais alheadas da realidade, e é uma tristeza ouvir-se rádio hoje em dia...Existem excepções a este panorama, como a Rádio Oxigênio ou a Radar, mas estas são rádios cujo alcance limita-se praticamente á grande Lisboa e arredores, e portanto não conseguem ir mais além do que de facto deveriam.

Penso que as rádios a continuarem assim, não se vão aguentar por muito mais tempo.Na minha opinião devia-se acabar com essa treta das "playlists" e voltar a apostar em força em programas de autor. A rádio devia de servir para divulgar o que é novidade, mas não é isso que se está a verificar hoje em dia.

E consequentemente tudo o que esteja ligado á música electrónica/dança ou ao Rock mais actual não tem praticamente divulgação no nosso país.Admite-se que uns dos albúns de Pop/Rock mais aclamados pela crítica e por uma boa parte do nosso público ouvinte, o albúm dos Franz Ferdinand e o dos Humanos, não sejam nunca tocados em rádios (salvo na Oxigênio ou na Radar...)?E só falo destes exemplo por serem os mais evidentes.

Se eu estivesse dependente da nossa rádio para saber o que de novo se vai fazendo, estava bem tramado...

p.s. Quem hoje estiver a fim de ouvir uma sessão de Electro e derivados com algum Punk-Funk e Chemical Brothers pelo meio, apareça hoje no Baco...Vai lá estar o Eduardo Martins (Revolwers/Fusion) a passar som...

2 comentários:

MP disse...

Mesmo a oxigénio repete à exaustão os temas da sua playlist. Não sei quantas vezes ouvi nas últimas semanas o "Me and my man" dos Chromeo. Antes, o Kinda new dos Spektrum e o How Will I know you de Mocky, além de muitas outras para respirar... Concordo que existe uma falta de ar fresco entre as rádios. Aliás, se ouvires a Mega FM ou a Best Rock, notas claramente que muita da música que é passada hoje, passou há 2/3 anos com a mesma frequência!
Estagnação assustadora, não é?

Boa Noite para hoje (ainda pensei que passasses ontem pelo lounge ;) )

Abraço

mp

Electrobot disse...

Sim, a Oxigênio também passa certos temas até á exaustão, mas não verás um rádio "normal" a tocar esses mesmos temas...

Ontem tive a fazer pela vida, a ver se arranjava mais "trabalho nocturno"... ;)