É pena ninguém pegar no Clubíssimo de uma forma séria...
Por exemplo, vejamos o que se passou quando o KGB se mudou para lá... O problema do KGB no Clubíssimo foi o facto de tanto o KGB como o Spy apostarem em sonoridades parecidas, excepto que o KGB de vez em quando tocava aquelas coisas tipo Marcha do Vitória e Dartacões e uns temas Rock que costumavam ser tocados no Seagull (mas os mais ranhosos...). Ora existindo espaços com conceitos semelhantes, as pessoas obviamente vão ao que lhes fica mais á mão...E o Spyclub era o que ficava mais perto. As noites agora correm relativamente bem no Clubíssimo por o conceito ser algo diferente do que o do Spy, apesar de ainda continuarem a tocar e a apostar em algumas coisas e DJs comerciais.
Na minha opinião, o Clubíssimo devia de ser transformado num verdadeiro "Dance Club" com noites de House de qualidade ou Electro...Talento regional não falta, como o Del Costa, o Pedro Goya, DJ Time, Henri Sanrame, Pedro Viegas, Abel Santos, Pedro Tiago, Roger Urb, Jacklynne (que vai lá estar este sábado ), Safara, Mário João Camolas, etc e os cachets de muitos DJs de Lisboa como o Rui Vargas, o Tó Ricciardi, a Yen Sung, o eixo Disorder/Dezperados/Strawberry Force Fields Forever, o Nelson Flip, o Rui Murka, o Kaspar, o Yari, etc, não são assim tão elevados...
Tem é de existir coragem para apostar nestas coisas, e sei que os 1ºs meses serão talvez um pouco complicados, porque serão de construcção de uma onda que se demora a afirmar por aqui, mas acredito que mais cedo do que se pensa ela se irá afirmar, e que será a longo prazo rentável...Só assim, na minha opinião se consegue criar uma casa que sobreviva e que seja uma forte alternativa ao Spy...As casas que apostam na qualidade sobrevivem bastante mais que as que não apostam...
Vejam exemplos:
La Bohémme- 15 anos
ADN- 14 anos
Baco- 7 ou 8 anos
O Absurdo, apesar de ser uma casa mais "comercial", existe já há 15 anos porque é a casa "comercial" original, tem uma clientela fiel e que não liga a modas, e tem um DJ que tem cultura musical, que no meio da música comercial toca coisas mais alternativas, criando surpresas, e não deixando a casa estagnar...
Na minha opinião o Clubíssimo tem todas as condições para se tornar num verdadeiro "Dance Club". Está muito bem situado, não existem grandes problemas de estacionamento, tem capacidade para albergar bastantes pessoas, tem um espaço ao ar livre, tem bom material de som...Insistir em sonoridades mais "comerciais" é um erro, e as consequências que daí advirão poderão não se repercurtir a breve prazo, mas a longo prazo será inevitável...
Aliás esse foi o erro que o Clubíssimo, na altura .Club cometeu...Fizeram o 1º fim-de-semana a tocar House de qualidade, e como no 1º sábado acharam que a afluência não era a desejada, viraram-se para a música comercial. 1º erro...não se muda o estilo de som da casa por dá cá daquela palha, deve-se de manter a linha que se quis criar no início. De facto nos 1ºs tempos a coisa resultou, mas depois foi o descalabro que se viu, porque enveredaram pelo mesmo tipo de sonoridades que o KGB tocava, e aconteceu o que mais tarde veio a acontecer ao próprio KGB quando este se mudou para as instalações do Clubíssimo...as pessoas, perante dois conceitos iguais, optam pelo que fica mais á mão.
Depois, facilitavam a entrada aos adolescentes...Ora nada tenho contra os adolescentes saírem á noite, mas os adolescentes são o público menos fiel a uma casa que se pode ter, e muito susceptíveis ás modas, numa altura todos frequentam uma determinada casa, e de repente, sem mais nem menos, deixam de as frequentar. Além de que são um estrato com pouca influência económica. E pessoal mais adulto não se sente bem em ambientes predominantemente adolescentes...Além de que a cultura musical e a vontade de procurar coisas novas entre maioria dos adolescentes aqui de Setúbal está um pouco pelas ruas da amargura...Mas a culpa também não é só deles...A culpa também é dos donos/gerentes das casas e DJs dessas respectivas casas que também não mostram nada de novo e/ou relevante aos adolescentes, e assim cria-se um círculo vicioso. E coisas como a estagnação da Rádio, a falta de horizontes da MTV, excessos alcóolicos demasiadamente cedo, falta de rumo nas políticas de Educação ou palhaçadas como os Morangos com Açúcar (e outras coisas...) ajudam também muito a que os adolescentes (pelo menos os de Setúbal...) estejam um pouco desnorteados...
E depois há que saber escolher os porteiros. Já ninguém está para aturar indivíduos que não deixam entrar pessoas numa certa só por causa de, apesar de estarem bem vestidos, os srs. porteiros acham que esse género de vestimenta não se aplica á casa em questão, ou porque não se vem acompanhado por uma mulher...E acabar com a política do cartão de consumo. Se em Lisboa não existe isso e as casas não vão á falência, porque também não aplicar em Setúbal o método de pagar senhas á porta?E em Lisboa não se recusa nunca a entrada a ninguém...pede-se é a indivíduos indesejáveis uma quantia absurda para entrar...
segunda-feira, fevereiro 14, 2005
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3 comentários:
De nada Carlos, e um muito obrigado pelo teu apoio, e toda a gente sabe que á vossa maneira tu e o Maré têm lutado para fazer esta cidade evoluir. Não fosse o Baco,em conjunto com sítios o Lab, o Caneco, o Bohémme ou o ADN, isto em Setúbal não evoluia. A qualidade sobrevive sempre...Mas parece que muito poucos aprendem com com os exemplos que estão á vista de toda a gente...
eu tenho 15 anos
eu nao percebi se com 15 anos ja podia entrar la
posso entrar no clubissimo com 15 anos ?????
Em princípio só se pode entrar em casas como o Clubíssimo a partir dos 16 anos...Mas isso cada casa sabe de si...
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