O prometido é devido...e lá volto eu com a rubrica que já andava há muito desaparecida deste blog...o que uma ida ao Lux faz...eheh.
Depois de mais de ano e meio sem ter ido ao Lux, e ao saber que o
"Maestro" François Kevorkian iria lá retornar, após 6 anos de ausência da pista de dança do Lux, decidi tirar uma noite de férias e ir assistir a esse desejado regresso. E a acompanhar-me foi o meu amigo Abel, também um grande fã do "Maestro".
Chegados ao Lux, na parte de cima (vulgo bar do Lux) encontravam-se Zé Pedro Moura e João Peste para mais uma noite Transdisco, desta vez acompanhados por Pedro Mesquita e Carlos Moura. Enquanto lá estivemos, ouviu-se um som bastante variado, onde tanto se ouvia Rock, como Disco-Sound, como coisas mais electrónicas...Como é habitual no Lux (pelo menos sempre que eu lá fui...e frequento-o desde que abriu, vai fazer 10 anos), o ambiente estava bastante bom (e com muitas miúdas giras...eheh) e divertido (o que se repetiu depois lá embaixo, na pista de dança).
Assim que reparamos que já era possível aceder á pista de dança, eu e o Abel decidimos ir logo para lá...apanhámos com o DJ residente, o Rui Vargas, a passar som, e começou com um som por entre sonoridades mais "discoides" e "housey"...houve até um ou outro tema que me fez lembrar quando costumava ir ao Kremlin há uns 15 anos atrás. A pista a pouco e pouco vai ficando mais composta, e é já uma pista praticamente cheia que recebe a entrada de François Kevorkian...como já referiu o meu amigo Abel num comentário, a entrada foi feita com tema "tecnoide" um pouco abstracto, mas com "groove", e que chamou logo a atenção de quem estava na pista. Adivinhava-se que François Kevorkian iria mais ou menos seguir as coordenadas do último set que tinha ouvido no Lux da última vez que ele tinha vindo (e que nos últimos anos ia ouvindo em sets que tirava da net), ou seja, iríamos ter vertente "tecnoide" de François Kevorkian no Lux, e não tanto a vertente eclética que pode ser ouvida no
Essential Mix editado em 2000...E até não me enganei muito, mas também não estava á espera de ouvir coisas mais "maximalistas"...para além de coisas mais viradas para o Detroit Techno, também se ouviram temas como o Jupiter Room de Digitalism ou a remistura de Smells LIke Teen Spirit dos Nirvana feita por Patrick Alavi...prova que o homem, apesar dos seus 54 anos, continua a ser um dos DJs mais atentos em relação ao que se vai fazendo na actualidade...tanto passou coisas completamente desconhecidas, como coisas que até são "hits" em Ibiza, estilo o Pjanoo de Eric Prydz, e pelo meio até passou alguns temas de Disco-Sound como o Underwater do Harry Thumann ou Everybody Dance dos Chic...eu pessoalmente gostei bastante do set, apesar de estar á espera de outra coisa (mas hey, sabe bem ser surpreendido...devia ser este um dos intuitos principais de quando se sai á noite para se ouvir alguém...deixar ser-se surpreendido, e não se esperar que esse alguém passe mais do mesmo...). E o final do set também foi com um tema inesperado...nem mais nem menos com o Jump dos Van Halen...eheh. A seguir entra novamente Rui Vargas para o comando da cabine de som...Apesar de gostar de ouvir o Rui Vargas, tive bastante pena de o ver a passar som de novo, porque queria ouvir mais do François Kevorkian, até porque das últimas vezes que lá o tinha ido ouvir, ele tinha sempre feito "all night sets", e estava á espera disso (será que os 54 anos estão a começar a pesar, ou será imposição da gerência, em que o residente tem de começar e acabar a noite?). Não que não tenha gostado das malhas que o Rui Vargas passou (algumas também fazem parte da minha colecção..eheh), mas queria mais Kevorkian.
Seja como fôr, um regresso ao Lux em grande...bom som, bom ambiente, boa-onda, muita diversão, muitas surpresas...tal como já havia comentado, já tinha saudades de ir ao Lux, mas não sabia que tinha assim tantas saudades. Foi uma noite de férias que soube como se tivesse sido uma semana inteira.
Na sexta fui á noite Dig We Must no CLUBOUT, com os britânicos Skull Juice (Alex & Ben), acompanhados dos meus amigos Mário João, Photonz (Marco & Miguel) E ZNTN (Gonçalo). Musicalmente foi uma noite excelente, onde se ouviu do melhor que se tem produzido nos últimos tempos, misturado com do melhor que já havia sido produzido no passado...ouviu-se muita coisa "discoide", muita coisa "housey", muitos clássicos..coisas que já não ouvia serem tocadas em vinil em alto e bom som há vários anos, e que continuam a soar bastante actuais...Foi um enorme prazer conhecer os dois Skull Juice, o Alex e o Ben, donos de uma invejável colecção de discos e de um profundo conhecimento musical em diversas áreas...dava para estarmos todos a falar durante uma vida inteira...Cada um fez o seu set, e, depois ,mais para o final da noite, houve como que uma espécide de "back to back" entre os diversos intervenientes da noite. E foi com muito gosto que ouvi coisas como a 40 Thieves Mix de The Professor Here de Gary Davis, as remisturas de Padded Cell e Invicible Scum ao Babylon By Car de Bot`Ox, If Madonna Calls de Junior Vasquez, Electronic Justice de 2AM/FM e até clássicos da nossa Kaos, como o Tonight dos Urban Dreams ou Oporto Deep Cuts dos OLN (quem diria que continuariam a soar tão actuais...).
Tal como já disse, musicalmente irrepreensível. Pena foi a fraca afluência de pessoal, mal que, ao que parece, foi geral pela cidade toda...Estava-se no CLUBOUT a pensar que toda a gente estaria antes a ouvir o Simões no ADN (era o 8º aniversário das noites The Sound Scientists, que também coincidia com o aniversário do próprio..muitos parabéns amigo, e que contes muitos), mas no ADN deveria-se estar a passar o mesmo, ou seja, tudo a pensar que o pesoal estaria no CLUBOUT. Inclusivé, constou-me que até o Design esteve bastante fraco. E a cidade ter sido alvo de várias (necessárias, diga-se de passagem...) rusgas, também não deve de ter ajudado...o próprio ADN foi alvo de uma (e na parte que me toca, na 3ª feira também no Baco apanhei com uma, mas só perguntaram se éramos todos portugueses e pediram-nos o B.I., nada do outro mundo), tal como conta
no blog do ADN o próprio Simões...vão lá ler, que está escrito de forma bastante divertida.
No sábado voltei novamente ao CLUBOUT, para ouvir o meu amigo Daniel Costa. Por oposição á noite anterior, a casa encontrava-se bastante composta, com pessoal mais jovem. Estava já o Daniel a passar som, e, tendo em conta o público jovem que estava á frente dele, estava a passar temas um pouco mais acessíveis (estilo o Hay Consuelo de Pier Bucci), o que pareceu resultar...E havia uma explicação para a casa estar cheia, e com um público bastante jovem...no outro lado, no CLUB IN, era uma festa Morangos Com Açúcar (bleurgh!!!...devia ser era Morangos Com Azeite, mas isso sou eu que não tenho pachorra para pseudo-celebridades), e muita malta, na ânsia de ver os seus supostos ídolos, acorreram em massa...Mas pronto, melhor para a casa, e melhor para os DJs, que assim tiveram uma pista cheia, e puderam pôr a malta a dançar. Obviamente, com o passar do tempo, o público mais jovem foi saíndo, e foi dando lugar a pessoal mais "velho" (hey, não estou querer chamar velho a ninguém, ok? ;P ). A partir daí, começou um "back to back" entre o Daniel e a Suki, e aí já começaram a passar coisas bem mais "underground" e bastante dançáveis, dentro de ondas mais viradas para o Minimal e Electro-House. Entretanto também apareceu por lá o meu alegre compincha de 5ª feira no Lux, o Abel, e que trazia ainda os disco que tinha levado para o Made Inn, e que até passou uns temazitos lá mais para fim da noite (e sabe sempre vem ouvir o Groove La Chorde do Aril Brikha a alto e bom som...). Mais uma noite porreira no CLUBOUT, finalizado com dois grandes temas de Deep-House...Music & Wine e Pure dos Blue Six.
Entristece-me é ver uma noite como a da Dig We Must com tão fraca afluência, onde se passou música tão boa, e depois no dia a seguir estar a casa cheia, só porque uns pseudo-actores de uma série juvenil vão lá marcar presença (apesar de a música também ter sido boa, mas, infelizmente, não foi isso que lá levou a malta)...já não chega vê-los na TV? Que felicidade é que pode trazer a alguém dizer "vi o não sei quantos dos morangos com azeite lá no clube X, e até lhe apertei a mão, etc"? Ás vezes parece que nesta cidade (Setúbal) o pessoal perdeu a vontade de se deixar surpreender e preferem consumir aquilo que já conhecem. Percebo que estes tempos que vivemos não serão dos mais fáceis para muita gente, mas mesmo assim...Enfim, nisto sou optimista e acredito que mais cedo ou mais tarde a coisa irá melhorar...