terça-feira, fevereiro 28, 2006

Crónicas Nocturnas # 62

Bem, na quinta, fui ver/ouvir o Tiga. Cheguei ao Lux, era meia-noite e pouco, e estava numa de ainda me ir sentar um bocado e beber uma cervejita nas calmas, ao som do Tiago Miranda, no bar de cima. Mas não tive sorte nenhuma, pois a essa hora já se encontrava uma fila que ia quase até ao multibanco...Fiquei estupefacto, dado que em Julho tinha-o ido ouvir, e, tenho chegado exactamente ás mesmas horas que ontem, não havia fila nenhuma para entrar (claro que com o decorrer da noite, o Tiga apanhou uma pista a rebentar pelas costuras...eheh).

Concluindo e resumindo, estive cerca de 3 horas e meia até conseguir entrar no Lux, mas valeu a pena...

Tiga fez um excelente set, onde passou hits seus como You Gonna Want Me, Louder Than A Bomb, Far From Home (remistura de DFA) e uma espécie de "bootleg" entre a versão dele do Hot In Herre e o Spastik do Plastikman (aka Richie Hawtin), remisturas suas a artistas como LCD Soundsystem, Tomas Andersson ou Depeche Mode, para além de temas de nomes como Goldfrapp, com a remistura (penso eu...) de Ewan Pearson ao Ride a Wild Worse, Revel9n (remistura de JUstice) ou DJ Naughty...e pelo meio muitas coisas novas.

O ambiente estava bom, apesar de telvaz estar um pouco juvenil a mais para o meu gosto (já tenho 31 anos)...não sabia que o Tiga já apelava tanto a malta dentro daquele estrato etário...E Lux completamente á pinha, não cabia mesmo lá mais ningúem (sei que a partir das 4 da manhã deixou de se poder entrar no Lux. Foi giro ouvir o pessoal a cantar a plenos pulmões os versos de You Gonna Want Me ou de Tribulations (e até chegaram ao ponto de cantarolar o som "taaaaaaaa-na-na-na-na-na-na-ra" do Washing Up)...Quase parecia que estávamos num concerto...Um amigo meu diz que é a chegada tardia da geração "morangos com açúcar" ao "pós-electroclash". E ao pé de mim esteve sempre um grupo de jovens porreiros, que apesar da loucura toda daquela noite, portavam-se com respeito por quem estava ao pé deles...boa-onda.

Em princípio, regressará novamente em Junho, onde eu, se fôr, estarei á porta a partir das 9 da noite (não me enganam mais vez nenhuma...eheheheh).Pessoal, para á próxima já sabem...temos de ir todos cedinho ;).

Na sexta comecei a noite no Baco, onde tava um rapaz que eu conheço (mas cujo nome me esqueço sempre...) a passar som, dentro de uma onda mais Funk e Soul...bastante agradável.

A seguir fui ao Tasco do Kaneco, onde agora é residente o Abel, e ele estava a passar som a meias com o Foca...som sempre numa toada de Soul, Jazz, Funk, Blues e algum Rock mais clássico. Por lá encontrei também o Mário João.

A seguir, fomos para o ADN, onde estavam o Pedro Viegas e o Mike Stellar a passar som. Noite muito eclética em termos sonoros, e sempre de qualidade, o que, aliás, é apanágio das noites em que o Mike Stellar costuma passar música...de tudo um pouco se ouviu...Jazz, Dub/Reggae, Soul, Hip-Hop, Funk, Disco, Breakbeat, Electro, Techno, Rock, etc...Tudo sempre muito dançável e com muito "groove". Mais uma vez ADN ao rubro.

No sábado fui ao Baco passar som, e, mais uma vez, a noite correu-me bastante bem. Comecei numa toada mais virada para o Disco-Sound, tanto coisas antigas, como coisas novas, com alguns re-edits pelo meio. Depois enveredei para uma onda mais Electro-Funk e Italo-Disco, para desenvolver depois para ondas mais viradas para a fusão entre Electro, Techno Minimal e Acid-House (os ingleses nunca mais inventam um nome para isto...eheheheh). Mais uma vez, um muito obrigado a quem lá esteve e se divertiu com as sonoridades passadas...sem voçês, nunca poderia haver festa.

A seguir fui ao ADN, onde estava o Abel a passar som. O Abel, dado a ser sábado de Carnaval, optou por passar coisas festivas, sem preconceitos. Passou samba, passou clássicos corriqueiros de Disco, como YMCA dos Village People, Daddy Cool dos Boney M, Stayin` Alive dos Bee Gees, D.I.S.C.O. dos Ottawan ou Funkytown dos Lipps Inc, clássicos dos anos 80 como o Blue Monday dos New Order, You Spin Me Round dos Dead Or Alive, Never Can Say Goddbye na versão dos Communards, Relax dos Frankie Goes To Hollywood ou o Amanhã de Manhã das Doce, uns temas de música pimba para a paródia, como o Nós Pimba do Emanuel ou o Eu Tenho Dois Amores do Marco Paulo (ai ai, Abel...), tendo também passado uns temas de Funk...um set bastante divertido e um pouco de acordo com a época festiva em causa. ADN também completamente ao rubro.

A seguir fui ainda á festa de Carnaval do MXL no Clubíssimo, onde a Susana e o Safara já se encontravam a passar som, as coordenadas sonoras dentro das fusões entre Electro, Techno Minimal ou Acid-House...E soube-me muito bem ouvir, quase ao fim da noite, a remistura de Carl Craig ao Falling Up do Theo Parrish...é de facto uma grande "malha". E, para variar, também estava completamente ao rubro.

Na segunda, de volta ao Baco, em conjunto com o Miguel aka Papa-Fruta, para mais uma sessão de Disco-Sound. Ao começo enveredámos por sonoridades Disco mais "underground" e calmas, coisas como Johnson Jumpin` dos Johnson Products ou Get Down With The Jam Band de John Gibbs, mas cedo começámos a ter de passar coisas mais mexidas, dado o avolumar de gente a chegar ao Baco, que depressa ficou com um ambiente muito festivo...passámos temas de nomes como Hamilton Bohannon, Chic, Frantique, Sylvester, Edwin Starr, Donna Summer, Giorgio Moroder, Gloria Gaynor, Bee Gees, Gino Soccio, Abba, Kelly Marie, Evelyn "King" Champagne, Sister Sledge, Cerrone, Kool & The Gang, Oliver Cheatham, Boney M, Whispers, Ashford & Simpson, GQ, Sparks, Blondie, Jimmy Bo Horne, entre outros...finalizou-se o set com Wasters Of The Scene, que desconstroi o tema Voulez Vous dos Abba, e com o tema do Barco do Amor...eheheh...Foi mais um Carnaval de arromba no Baco, com o pessoal sempre muito animado e divertido, muitos deles vestidos de acordo com as sonoridades mais passadas, inclusivé os DJs da noite...eheheh (e eu que até não sou de me mascarar, mas como eu normalmente até gosto de roupas com um "feeling" mais "retro", não me fiz rogado, e, aliás, na festa Disco anterior, já me tinha vestido a rigor...eheheh). E, mais uma vez, um muito obrigado ao pessoal que lá esteve e que aderiu ás sonoridades passadas...e, mais uma vez volto a repetir que sem voç~es, não haveria festa. Esperemos que o próximo Carnaval no Baco seja tão ou mais de arromba do que este...eheheheh.

Já saí tarde do Baco, e optei por ir para a festa de Carnaval do MXL, lá no Clubíssimo. Chegado lá, ainda estava o Nuno F aka Ovelha a passar música brasileira de qualidade duvidosa. Sempre me chateou um bocado esta cena de Carnaval=Música brasileira de qualidade duvidosa...Não estamos no Brasil, mas prontos...Mas pronto, o Nuno estava a fazer o seu papel, e, como bom profissional que é, estava a cumprir com o que lhe foi pedido...só não era necessário finalizar o set com o "Aiiiii é aaaamoooooooooooooreee"...até me benzi quando ouvi os acordes iniciais, tais as náuseas que tal música me causa. Mas prontos, a seguir entrou o Rui Pedro aka Takeshi, com o tema True Faith dos New Order...soube mesmo bem. O público estranhou um pouco a sequência Morangos do Nordeste-New Order, mas ninguém arredou pé da pista de dança (que estava ao rubro...). Passou ainda o You Gonna Want Me do Tiga e a remistura de Mylo ao No More Conversations dos Freeform Five, entre mais dois ou três temas, e a seguir entraram a Susana aka Sukik e o Safara, para mais uma boa sessão de música electrónica de qualidade (na minha humilde opinião, claro está). Foi estranho foi, após terem passado meia-dúzia de discos (sim, eles praticamente só passam vinil...), terem de interromper a sessão, para se dar início a uma sessão de strip...ao som de Lady Marmalade, versão Aguilera/Pink/Missy Elliott/Mya, lá apareceu uma gaja que tinha ar de ser do Leste, com "lingerie" vermelha, a descascar-se toda, e ainda deu para ela despir a t-shirt a um dos jovens que lá estava...enfim...uma onda assim um bocado para o decadente ;), mas a intenção certamente seria essa...e como é Carnaval, ninguém leva a mal...Mas pronto, a Susana e o Safara lá voltaram depois a dar-nos mais boa música até ás tantas...Acho que foi dos melhores Carnavais que alguma vez tive em Setúbal. E parece que, tal como eu, há muita malta que gosta de se vestir á "70s" nestas alturas...eheheh. E soube bem, durante os dias 18, 25 e 27 de Fevereiro, estar no Clubíssimo a ouvir música electrónica que eu considero de qualidade, e com a casa sempre ao rubro e com bom ambiente. Esperemos que voltem a existir mais apostas neste sentido ali no Clubíssimo, em vez de se apostar em Amo-tes e Del Marés (que pelos vistos deram barraca...)

6 comentários:

Anónimo disse...

Del no Clubissimo, só se for DEL COSTA A BOMBAR ATÉ ÀS TANTAS...

Quem não se lembra do seu ultimo aniversário lá. :D

MUITO BOMMMMMMMMMMM...

Electrobot disse...

Sem dúvida...foi uma grande noite, essa :) .

Era muito giro, Del Costa & Pedro Goya a bombar no Clubíssimo...nem era preciso levar mais ninguém, que eles conseguem fazer a festa sozinhos, e ainda amandam os foguetes para o ar ;) .

E Tiga no Clubíssimo também era bem ;) (não sei é se cabia lá toda a gente...).

Anónimo disse...

hei kdj isto kér é o monchique e o Dj do avenue a passarem tribaladas numa festa no Baco!!!

Electrobot disse...

Destabilizador...LLLLLOOOOOOLLLLLL...agora ri-me com gosto.

O Monchique até já nem anda muito virado para as tribaladas, mas o mesmo não se pode dizer lá do DJ do Avenue ;). E o Monchique tem bem mais cultura musical que o DJ do Avenue, que esse é DJ por acidente...

O pessoal ali no Baco não curte muito tribaladas, kizombas, reggaettons e congéneres ;), acho que não iam aderir muito...eheheh.

E já vi que me "conheces" desde os tempos do IRC...KDJ era o meu nick, antes de o ter alterado...eheheh

B2F disse...

quem é que perde tempo em filas intermináveis para ouvir o Tiga? só mesmo a geração morangos com açucar...
não há paciência, apesar de ele ter produzido uma musica tão boa como "as good as gold", os sets dele não justificam tal mobilização por parte de quem percebe mesmo das mais modernas expressões electrónicas dançantes. Já o ouvi 2 vezes no Porto : a primeira ainda era totalmente desconhecido pelo publico geral (antes ainda do lançamento do dj-kicks), a industria estava com uma afluencia normal; a 2ª vez já se notava um grupo de teens em frente á cabine de braços no ar (fez um set de fugir...); á 3ª foi esta ultima onde nem perdi tempo e dinheiro. Já foi tempo... a geração Tiga é a nova geração tribal.

Electrobot disse...

B2F, concordo contigo em certos aspectos.

Mas fiquei na fila porque tinha ido de propósito ver Tiga, mas não estava nada á espera daquilo, e nunca sonhei que os "moranguitos" aderissem assim tanto...chamem-me ingénuo...Eu gosto de o ouvir passar som, passa, na minha opinião, boa música, e é divertido a passá-la, tal como os 2 Many DJs...também não ia á espera de ouvir grandes revelações..isso é quando vou ouvir o Carl Craig, o Ivan Smagghe, o Tim Sweeney ou o Trevor Jackson...Ia com o intuito de ouvir e de me divertir com algo "leve e despreocupado" (mas no bom sentido). No fim, valeu a pena, apesar de tudo. Obviamente, não irei ouvi-lo ao Olá Love 2 Dance, porque não tenho paciência, e cada vez menos sou adepto de eventos daquele género...e só espero que não se torne moda convidar DJs de "Electro" para eventos desses...

Apesar de tudo,prefiro mil vezes o pessoal jovem a ouvir Tiga do que estarem a ouvir tribaladas, "subliminal shits" ou reggaetons e congéneres...Pode ser que á pala do Tiga comecem a querer encontrar coisas parecidas e até mais relevantes, e daí saltarem para outras coisas...

Comigo aconteceu o mesmo em relação ao DJ Vibe...desde 1991 que era fã dele, não perdia nenhum programa dele...primeiro o Central Park, que dava aos sábados á tarde na Rádio Comercial (não era apresentado por ele, mas ele era um dos colaboradores principais), depois na Rádio Energia, e depois na Ant3na...mostrou-me muitas coisas novas na altura, e até fez com que fosse ouvir outras coisas e outros DJs, e continuou a fazê-lo até cerca de 1999, altura a partir da qual comecei a desgostar da linha de som que ele começou a passar nessa altura...no entanto o bichinho de querer descobrir coisas novas cá continua...Tudo bem que desde os meados dos anos 80 sempre tive tendência para gostar de coisas mais viradas para a Música Electrónica/Dança...